segunda-feira, 29 de julho de 2013

Em cinco anos, Pará deve ser líder em minérios

O Pará será em cinco anos a nova Minas Gerais brasileira. É quando o Estado deve assumir a liderança da produção nacional de minérios.
Hoje, Minas Gerais produz 40% dos minerais extraídos no país, e o Pará, 20%.
Mas o fluxo de investimentos previstos para os próximos quatro anos deve dar novo impulso à produção no Estado, proporcionando escala sem precedentes à sua indústria mineral.

Dados do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) indicam que só o Pará vai receber US$ 41 bilhões em novos recursos até 2016.

Dados do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) indicam que só o Pará vai receber US$ 41 bilhões em novos recursos até 2016.
Desse total, US$ 24 bilhões serão aplicados apenas na exploração mineral, do ferro ao cobre, do níquel ao ouro, da bauxita à cassiterita.
Minerais nobres, como paládio e platina, também fazem parte dessa lista.
DÁDIVA GEOLÓGICA
Geólogos classificam o Pará como "uma dádiva divina". Mas o acaso, que começou há mais de 2 bilhões de anos, fez do Estado a maior região do mundo em variedade mineral. Uma riqueza, porém, que nem o governo do Pará sabe quantificar.
"Há cerca de mil mineradoras atuando no Pará. Conhecemos, no máximo, 50. Há um total desconhecimento sobre o que está acontecendo em termos de exploração no Estado", diz David Leal, secretário de Mineração.
O Estado também reconhece que o Pará pode, pela falta de política, de logística, de fiscalização e de organização da gestão pública, estar sendo saqueado em milhões ou até bilhões de reais.
Sobre o que é controlado, o Estado registrou um salto relevante entre 2010 e 2011. Os royalties gerados na exploração renderam quase R$ 150 milhões a mais em um ano, ao saltarem de R$ 315 milhões para R$ 462 milhões.
A indústria da mineração exportou, só em matéria-prima, US$ 13,7 bilhões em 2011. Cifra que entrou no Brasil e ajudou o país a engordar o saldo da balança comercial.
Só a mineração paraense exportou o equivalente a 44% do superavit total do país, de US$ 29 bilhões em 2011.
E mais projetos para exportação estão a caminho.
A Hydro Brasil, empresa que assumiu a mina de bauxita da Vale, em Paragominas, vai investir US$ 1 bilhão para aumentar de 10 milhões para 15 milhões de toneladas a capacidade de produção da mina. O projeto também vai viabilizar uma nova refinaria de alumina, em Barcarena.

Fonte: por Agnaldo Brito, Folha de São Paulo

Mauricio de Sousa conta como deu a volta por cima após dívidas com parque da Mônica

Mauricio de Sousa, 77, criador da Mônica, do Cebolinha e do maior estúdio da América Latina, chegou a correr o risco de ficar inadimplente, com dívidas de mais de R$ 40 milhões.
Eram débitos fiscais ou contraídos pela aquisição do parque da Mônica.

A volta por cima passou por uma revisão dos negócios, demissão do corpo administrativo e renegociação da dívida.
Embora ainda não a tenha pago integralmente, a empresa se equilibrou, investe em novos segmentos e "vai bem, obrigado".
*
Todo mundo tem altos e baixos, a vida toda. De tanto que já apanhei, me acostumei com a ideia de que pode não dar certo. Só acidentalmente você tem 100% de resultado.
Várias vezes arregacei as mangas, investi, e não foi para frente. O negócio é você atirar com espingarda de chumbinho. Se jogar mais bolinhas no cano, algo você acertará.
O que sempre deu certo foram as histórias em quadrinhos. Cinema, nem sempre. Tivemos problemas sérios nos anos 90 e decidimos parar. Os planos econômicos nos tiraram o chão dos pés.
Os parques temáticos foram um sucesso, sempre operaram no azul. Muita gente até hoje me diz ter saudade.
Mas esbarramos em outros problemas. O Parque da Mônica se pagava. Mas o custo da dívida que acumulei ao comprá-lo, no final do século passado, não.
O parque era uma parceria com a Globo. Mas ela não foi adiante. Houve um pouco de má administração de nosso lado, e a Globo saiu do negócio.
Um parque vive de renovação. Era preciso importar brinquedos, a taxas e juros proibitivos. É difícil convencer investidores quando a conta não fecha, quando há outras coisas que rendem mais. O shopping que abrigava o parque também já não nos queria.
Acuado, desfiz o negócio em 2010 e decidi que não seria mais dono de parques temáticos. É um investimento muito grande para nosso esquema. Saí endividado.
De repente, tinha uma dívida que chegaria a R$ 40 milhões --à dívida do parque se somaram as fiscais que eu não fazia a menor ideia. Outras áreas da empresa estavam contaminadas. Houve confusão de documentação e fui castigado pela má administração de meu pessoal.
Então troquei toda minha administração. Primeira coisa que pedi para o novo rapaz que veio cuidar das contas: saber o que custa cada coisa, como estamos cobrando.
Cheguei a receber uma proposta de aporte de R$ 2 bilhões de um grupo estrangeiro, cinco anos atrás. Nem tive dúvida, antes de mais nada porque não quero sócios. "Estou mal das pernas, nem sei o que tenho para vender, espera eu arrumar a empresa e voltamos a falar", respondi.
Eu não sabia o que ganhava nem o que sobrava, uma confusão danada. Nem sabia se teria dinheiro pra pagar o pessoal no mês seguinte.
Veio o Refis [programa de recuperação fiscal da Receita], ajeitamos as contas. Logo a gente se livra dos rabichos que sobraram. Boa parte dos que estão comigo hoje diz que não acreditava que conseguiríamos sair dessa. O bom desempenho de alguns produtos, como Mônica Jovem e "graphic novels", ajudou.
Hoje nosso foco é exportação. De três anos para cá, temos investido o dinheiro que sobra nisso, pois a Turma da Mônica é universal e tem público cativo em países como China, Itália, Portugal. Agora entraremos com Neymar em quadrinhos na Espanha.
Exportar desenhos animados não rende muito, mas abre caminho para o licenciamento internacional, e aí sim vejo ótimas possibilidades.
De toda forma, nunca perdi o sono. Hora de dormir é hora de dormir. No início da carreira, eu trabalhava como repórter policial na Folha. Além das reportagens, em meio à gritaria do fechamento --e da barulheira das máquinas de datilografar--, eu tinha que fazer HQs para o dia seguinte. Foi a melhor escola para eu aprender a não ficar estressado no meio do Carnaval.
Eu era tudo que um repórter policial não devia ser. Não suportava ver sangue e desmaiava. Lia um livro por dia e escrevia de forma clássica, inspirado em Eça e Machado. Na Redação aprendi a utilizar uma linguagem mais concisa... ideal para o balão de HQ.
Hoje tenho seis filhos, de quatro casamentos, e mais de vinte familiares trabalhando na empresa. É uma mistura que deu certo. Mônica, minha filha, é uma diretora comercial que sabe tudo. Minha mulher, Alice Takeda, diretora de arte, é mais exigente que eu.
Trabalho praticamente todo o tempo. Ainda leio todos os roteiros, e estou treinando minha filha Marina, 27, para me ajudar --e com ela aprendo a linguagem das novas gerações. Trabalhar com familiares é ótimo. A não ser na hora de mandar embora.

Fonte: por Morris Kachani,  Folha de São Paulo

sábado, 13 de julho de 2013

Robô recicla concreto na demolição de prédio.

Demolir um edifício é uma grande dor de cabeça. Dinamitá-lo é barulhento e perigoso. Bolas de demolição são pesadas e perigosas. Por que não usar um robô para fazer o trabalho?
Isso é exatamente o que Omer Haciomeroglu pensou ao criar o robô ERO Reciclador de Concreto, um dos vencedores do prêmio International Design Excellence da IDSA.
Este dispositivo semelhante a um Transformer é capaz não só de quebrar concreto no local, mas também de bombeá-lo para fora e prepará-lo para reutilização. Os robôs ERO trabalham em grupo para derrubar edifícios, uma parede por vez. E é tudo extremamente limpo, especialmente em comparação com a maioria das técnicas de demolição cheias de poeira.

O processo é bastante simples. O ERO age em uma superfície de concreto com um jato d’água de alta pressão, que racha e quebra o concreto. O robô então engole os resíduos sólidos, uma mistura de agregado e cimento, e o envia em grandes sacos que podem ser armazenados e utilizados para novas construções. A própria água é reciclada, assim como as barras de aço dentro das paredes de concreto.
Isso tudo é muito mais eficiente que métodos tradicionais, dependentes de combustíveis fósseis para mover as máquinas, e que não reciclam praticamente nada. E só para constar, o ERO em si é bonito, especialmente quando está trabalhando.
Apesar de ser incrível e ambientalmente correto, o ERO ainda é apenas um conceito por enquanto. O trabalho de Haciomeroglu vem de seu trabalho no Umea Institute of Design (Suécia), e ao mesmo tempo é divertido para imaginar como poderíamos substituir certas práticas que dominam a indústria da construção. Mas ainda será preciso um trabalho pesado para este robô demolidor virar realidade. [Core 77]

Fonte: UOL

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